quinta-feira, 14 de março de 2024

A Pena e o Coração

 A Pena e o Coração

Eu quero
Mas não posso
Então sonho
Com poder
E sem querer
Acordo em aflição.

Sem ar
Sem chão
Impotente 
Invisível
Nesta prisão.

Mas eu quero
E não deixam
Eu tento 
E não entendo
O porquê da canção.

Seria mais fácil
Ser assim
Normal e igual
Ser útil e não fútil
Nesta ilusão.

Mas eu quero 
E não posso
Sorrir a beleza 
Dos gracejos da vida
Sem ver meu sangue no chão.

Então sigo meu Destino
Sem saber qual desatino
Carrega a leveza da pena
E o peso...
Do meu coração.



sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

μάτια

 μάτια

A passos curtos caminho para janela.
Sinto um aperto constante no peito 
Mas não paro de seguir em frente. 

A brisa rasga minha face
Sinto frio...
Esqueço de secar meu rosto. 

Olho para o abismo...
Vejo a cidade viva 
E anseio que alguém note o silêncio.

Então eu subo
Desejando descer 
E me aquecer em meu Ser. 

Fecho os olhos...
Sinto o gosto metálico...
O calor me envolve em poças.

Abro os olhos...
O Sol é o mesmo
Mas não Eu.

Então volto...
A passos largos me afasto
Dos olhos que me devoram.

E dou Adeus
Para aquele que morreu
Para me salvar. 







sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Eu


Escrevo isso de olhos fechados
Com forte suspiro e cansaço
Para tentar entender o Ser complexo
Que vive em minha casca humana.
Eu.


Parte I - Dopamina

Meu choro está, mais uma vez, engasgado.
Tento mas não consigo colocar para fora
Toda dor e agonia que sinto ultimamente.

O mais caótico é que está tudo bem
E ao mesmo tempo não está.
Tenho o sentimento constante de querer fugir
De querer gritar, de explodir.

Mas acabo enterrado em meus próprios pensamentos.
Me limito a fingir que estou bem
Que as coisas vão melhorar
Mas na verdade eu são sei.

Eu queria sumir
Principalmente de mim 
Pois eu não me aguento mais.

Sinto que sou o próprio fracasso.
Saboto-me no desespero 
E me acomodo no fardo de ser quem sou. 

Mas não quero!
Eu tento, eu luto
Contudo... perco toda vez.

Parece que nada basta.
Nada é bom o suficiente. 
Me afogo no pior Eu 
Com a doce ilusão de que... de que o quê mesmo?


Parte II - Serotonina 

O tempo passou 
E eu fiquei para trás
Obsoleto, defasado
Apenas uma carcaça de desejos e fantasias.

Até que ponto eu sei o que é minha ansiedade
Ou mero gracejo de minha insanidade 
Tentado corromper o que já foi o melhor de mim.
(respiro fundo) 

As vezes eu só queria fechar meus olhos
E me reconhecer mais uma vez.
Queria colocar para fora tudo isso 
Toda tristeza que me leva à escuridão.

-

Parte III - Rebound Effect

Toda escolha que fiz
Despedaçou e moldou
O homem que hoje sou.

Gostando ou não 
Sou um eco do que deveria ser
Mas que nunca... fui.

E não se engane... 
Meu sonho é ser alguém.
Alguém melhor do que Eu.

Fora de uma caixa
Normal sem minhas tarjas 
Que limitam minha mente, minha criatividade
Minha autofagia em cápsulas.



quarta-feira, 28 de junho de 2023

You Couldn't Dam That River


And it washed me so far away - https://youtu.be/Vtpgj9CQvJo


No leito das lágrimas que desatino
Ouço o eco dos versos lamentosos
A finitude do ser, meu eterno destino

São necrópoles as minhas palavras, não esqueça!
Onde a podridão se torna poesia
No desvario das letras
A morte habita a melancolia.

Serpenteio a treva fúnebre do meu Ser
Cantarolo os cânticos nefastos de meu âmago
Bebo da fonte do caos até emudecer

Do horror, versos tristes minha alma rasga
Regurgito o desespero
Enquanto o homem naufraga 
Sem ninguém poder vê-lo. 

sábado, 31 de dezembro de 2022

Echoes

Echoes

Em loucura o homem tenta tocar o intocável...
O frágil corpo é arrastado para baixo 
E apenas o teu rosto fica fora de tamanha tormenta.

E ele tenta...
Estica o braço o máximo que pode
Mas a lucidez é tua âncora.

Em teus olhos encontra-se a esperança.
Em tuas lágrimas desenha-se o desespero.

Do outro lado
O anjo faz o mesmo...

Com a metade do corpo fora
São os demônios quem o puxa para baixo.

Em teu rosto repousa um sorriso sádico.
De tua mão esticada escapa o desejo pífio...
Salvatore!

Dois Céus e duas Terras 
Duas Loucuras e a mesma Agonia.

Sozinhos... Perdidos.
Presos no Eco
De que tudo ficará bem.





terça-feira, 2 de agosto de 2022

Draugadróttinn

Draugadróttinn

Acordo com risadas ecoando em meu quarto...
Meu coração dispara...
Meu rosto está pálido.

Isso é um pesadelo? 
Não.
Não é...

Um sentimento estranho toma o meu ser...
O ambiente está tenso 
Quase ao ponto de me deixar ofegante.

Algo vai acontecer...
Não sei o que é
E nem o porquê.

Mas eu sinto...

O cheiro de rosas...
O odor de madeira envernizada...
O gosto de mar. 

Todos os caminhos me levam a ti, Odin...

Navegando um barco rico em tesouros
Repousa a pira ardente que queima tua glória...

E de tuas cinzas...
O Destino toma forma.

sábado, 4 de junho de 2022

HeartBreaker Cenobita - Capítulo V

HeartBreaker Cenobita - Capítulo V


Parte I - Late Redemption

Eu sei...
Eu sei que é tu quem silencia meu choro...

Eu sei que é tu quem cala meu peito...
Abafa meus sentimentos... 
Cega meu Ser com tua luz.

Mas eu preciso...

Eu preciso lhe dar vida.
Expulsá-lo de minha cabeça 
Ecoar teu sussurro em meu ouvido.


Parte II - Knebel

Fecho os olhos e te imagino...
Como deveria ser bonito tal Ser...

Porte de Arcanjo...
Pele pálida contrastante com teu cabelo ouro...
Mechas escuras de puro aço que escorrem da cabeça ao peito.
 
Tuas assas...
Aquilo já foram asas...
Hoje, marcas que lembram açoites cauterizados em brasa.

Tua voz...
Ecoada em uma boca fechada
Costurada por suspiros e preces tenebrosas.

Mas o que chama mais atenção são tuas tranças em metal...

As correntes emergem do crânio
Em uma cor única que lembram petróleo

Elas cintilam em uma dança espiralada
Marcando o compasso na traqueia aberta
Até encontrar pulso em um peito dilacerado.

É o fim...

O Ferro sucumbe ao órgão putrefato
E se funde naquilo que já foi chamado 
Coração.






segunda-feira, 25 de abril de 2022

HeartBreaker Cenobita - Capítulo IV

Capítulo IV - Born to Death 

E ele vem...
Disfarçado de alegria
O Cenobita nos deixa sonhar...

Há o ensejo de felicidade 
Planos e mais planos
Sorrisos e o livre peso de estar feliz.

Está tudo bem... 

Até que seus ombros cedem..
A respiração aperta...
Você sente que algo está por vir...

- "Está tudo dando certo demais, eu estou achando até estranho hahaha." 
Conta aos ventos a vítima que ri por tal sentimento besta. 

- "Pensar que algo vai dar errado sempre que algo bom aconteça é puramente besteira. "
Reitera os pensamentos consoante aos apelos do coração.

Mas é assim que Heartbreaker atua... 
O Demônio nos deixa viver
Cada segundo de prazer e planos...

Nada foge ao olhar atento do torturador sádico de almas.
Dá-se a endorfina, a serotonina... 
Mas o arrepio na nuca não te deixa esquecer...

Há algo de errado... 
E então... 
Ele se faz presente.

Tocando a Sinfonia do Diabo
Aproveita o corpo estimulado
Para apunhalar com mais prazer...

E a cada graça alcançada
Os nervos da vítima gritam em tamanha agonia...
Não há mais felicidade... apenas dor. 

A esperança que nascera
É dissipada em lágrimas e em sorrisos lascivos...
O Cenobita lambuza-se no banquete.

- "Alimente... Alimente meu Ser com tua felicidade, tua esperança e teu amor. Eu amo ver todos evaporarem diante minha presença." 
Diz o carrasco enquanto dilacera sua vítima.

- "Deixarei claro mais uma vez... Não há escapatória! Sou o que sou graças aos teus piores pesadelos. Sempre fui e serei o teu açoite. Sempre fui e serei Você."
Grita o Cenobita.

No fim... já exausto...
A Entidade termina a tortura.

E com algo estranho em seu rosto...
Algo que parecia ser uma lágrima...
Lembrou que já foi o Ser açoitado. 


HeartBreaker Cenobita - Capítulo III

Capítulo III - Burn - It - Out 


Eu me fiz carne graças a tua mente...
Quando criou trevas
Me fez pesadelo.

Te observo de longe...
Uma vida na escuridão...
Grato a te ver ruir.

Pedaço por pedaço...
Eu vejo o que sou 
Nos teus cacos.

Minha imagem toma conta...
Apago o Ser que tu foi
Te afogo em agonia e desespero...

Me deleito com sua inexistência
Enquanto me farto de tua carne podre.
Não resista...

Eu sou a luz que dá forma a tua noite.




terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Meddle Time

Meddle Time - https://youtu.be/uThZ1uuLLWM


Grão por grão...
A areia da ampulheta perde-se no tempo.
Os melanócitos respondem...
O branco vem...
O colágeno desaba...

As lágrimas ganham novos afluentes
Dançando em novos contornos até desaparecerem...
O caminho nunca foi tão longo.

A maldição de Cronos se faz perfeita...
Dúvidas, Dor e Memórias...
Trapos do Ser que deveria... mas jamais será.
As cicatrizes rasgam a carne
Refletidas em passado e presente...

A entropia do conflito é tributo a Kairós
E honrando o sacrifício... 
Paga-se o tempo com a vida.

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Fragmentado

 Fragmentado  https://youtu.be/Nco_kh8xJDs


Caminho a passos largos
Por destinos tortuosos
Que jamais pensei trilhar.

Ando até meus pés sangrarem
E sob a espessa e opaca nuvem do futuro
Aprecio meu final não desejado.

Perco-me, talvez, pela falta de fé
E choro pela primeira vez.

A lágrima escorre e segue seu próprio caminho
E sob minhas frágeis fraturas
Moldam minha delicada essência humana.

Até quando? 
Pergunta o Ser pífio em mim.

Até quando...
Respondo em tom baixo
Engolindo o choro pela ultima vez.

segunda-feira, 1 de março de 2021

Ripple

Ripplehttps://youtu.be/QmMjY6tXaEo


Estige e Aqueronte transbordam 
Sangrando sobre tuas margens plácidas.

A enchente varre o vazio e o breu do submundo...
São milhares de almas despedaçadas.

Caronte não entende...
Mas percebe que algo está errado e agradece.

O cintilar de moedas em teu bolso está cada vez mais fúlgido.

Não há guerra para alimentar Ares
Não há força que tente derrubar Atlas. 

Sacrifícios? Peste?

O peso do ouro torna teu barco insustentável.
O remo, como azeite, não se mistura com a água.

O silêncio ecoa...

A agonia está presente...
As almas não gritam... Apenas se afogam. 

Caronte continua...

Dourado como o Sol
O Barqueiro é a única luz.

Este é o caminho...

O afluente molda teu Destino
Guiado pela Harpa sem cordas...

Este é o caminho para casa.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

O Guarujá

 

O Guarujá - https://youtu.be/7fuqZFBTP0I


Aproveito a chuva
Para confundir minhas lágrimas.

Fecho os olhos e sinto o tempo...
Sei que tudo há de ter um começo e um fim...
Mas o fim... Esse sempre dói.

Ver aqueles que você ama fenecer...
Definhando... Por quê?

O choque das memórias não fazem sentido...
O Ser que está ali
Não é o mesmo que esta em minha saudade. 

Chega a ser frustrante... 
Pensar o quão a vida é frágil
E ver de perto os fios sendo puxados.

Eu quero gritar...
De frustração... De raiva...
Não sei... Não sei.

A dor é estranha...
É um vazio que...
Que apenas o silêncio dá conta...

Então me calo...
A chuva e os trovões que orem por mim.