Escrevo isso de olhos fechados
Com forte suspiro e cansaço
Para tentar entender o Ser complexo
Que vive em minha casca humana.
Eu.
Parte I - Dopamina
Meu choro está, mais uma vez, engasgado.
Tento mas não consigo colocar para fora
Toda dor e agonia que sinto ultimamente.
O mais caótico é que está tudo bem
E ao mesmo tempo não está.
Tenho o sentimento constante de querer fugir
De querer gritar, de explodir.
Mas acabo enterrado em meus próprios pensamentos.
Me limito a fingir que estou bem
Que as coisas vão melhorar
Mas na verdade eu são sei.
Eu queria sumir
Principalmente de mim
Pois eu não me aguento mais.
Sinto que sou o próprio fracasso.
Saboto-me no desespero
E me acomodo no fardo de ser quem sou.
Mas não quero!
Eu tento, eu luto
Contudo... perco toda vez.
Parece que nada basta.
Nada é bom o suficiente.
Me afogo no pior Eu
Com a doce ilusão de que... de que o quê mesmo?
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Parte II - Serotonina
O tempo passou
E eu fiquei para trás
Obsoleto, defasado
Apenas uma carcaça de desejos e fantasias.
Até que ponto eu sei o que é minha ansiedade
Ou mero gracejo de minha insanidade
Tentado corromper o que já foi o melhor de mim.
(respiro fundo)
As vezes eu só queria fechar meus olhos
E me reconhecer mais uma vez.
Queria colocar para fora tudo isso
Toda tristeza que me leva à escuridão.
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Parte III - Rebound Effect
Toda escolha que fiz
Despedaçou e moldou
O homem que hoje sou.
Gostando ou não
Sou um eco do que deveria ser
Mas que nunca... fui.
E não se engane...
Meu sonho é ser alguém.
Alguém melhor do que Eu.
Fora de uma caixa
Normal sem minhas tarjas
Que limitam minha mente, minha criatividade
Minha autofagia em cápsulas.