quinta-feira, 29 de abril de 2010

Intimismo

Cantando o sangue negro do corvo
Levo a tua alma a nênia humana
Para conhecer
O meu Poder
De ser
a Dor

Você me deu a vida
O doce sabor da carne
que só os vermes ousam em comer
Do lascivo ao repugnante
Lhe imploro
A sobrevida
do Ser...

Deixe que o vento te guie
Na brisa do infinito
Pois te buscarei
A beira do precipício
Com o beijo árido
Da morte

sábado, 24 de abril de 2010

O frio

A maior dor talvez não seja do amor
Mas sim o saber que você nunca conseguiu alcançar tal quimera

A boca fica seca
Nada pulsa em seu coração
A vida lhe sustenta por um tempo
Os prazeres da carne saciam a sede
Mas tudo acaba ao anoitecer

A Lua entra em seu quarto
As estrelas a acompanha
Sua mente fica cheia
Porém sucumbe-se
A músicas
A fotos
... a sonhos

Todavia seu coração continua sem pulsar
Resumindo-se a um orgão
Que nunca conseguirá amar ou ser amado

É o seu destino
Sua maldição
Fenecer em um jardim
Regado pela doce e fria chuva
de um novembro qualquer...