sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Eu


Escrevo isso de olhos fechados
Com forte suspiro e cansaço
Para tentar entender o Ser complexo
Que vive em minha casca humana.
Eu.


Parte I - Dopamina

Meu choro está, mais uma vez, engasgado.
Tento mas não consigo colocar para fora
Toda dor e agonia que sinto ultimamente.

O mais caótico é que está tudo bem
E ao mesmo tempo não está.
Tenho o sentimento constante de querer fugir
De querer gritar, de explodir.

Mas acabo enterrado em meus próprios pensamentos.
Me limito a fingir que estou bem
Que as coisas vão melhorar
Mas na verdade eu são sei.

Eu queria sumir
Principalmente de mim 
Pois eu não me aguento mais.

Sinto que sou o próprio fracasso.
Saboto-me no desespero 
E me acomodo no fardo de ser quem sou. 

Mas não quero!
Eu tento, eu luto
Contudo... perco toda vez.

Parece que nada basta.
Nada é bom o suficiente. 
Me afogo no pior Eu 
Com a doce ilusão de que... de que o quê mesmo?


Parte II - Serotonina 

O tempo passou 
E eu fiquei para trás
Obsoleto, defasado
Apenas uma carcaça de desejos e fantasias.

Até que ponto eu sei o que é minha ansiedade
Ou mero gracejo de minha insanidade 
Tentado corromper o que já foi o melhor de mim.
(respiro fundo) 

As vezes eu só queria fechar meus olhos
E me reconhecer mais uma vez.
Queria colocar para fora tudo isso 
Toda tristeza que me leva à escuridão.

-

Parte III - Rebound Effect

Toda escolha que fiz
Despedaçou e moldou
O homem que hoje sou.

Gostando ou não 
Sou um eco do que deveria ser
Mas que nunca... fui.

E não se engane... 
Meu sonho é ser alguém.
Alguém melhor do que Eu.

Fora de uma caixa
Normal sem minhas tarjas 
Que limitam minha mente, minha criatividade
Minha autofagia em cápsulas.



quarta-feira, 28 de junho de 2023

You Couldn't Dam That River


And it washed me so far away - https://youtu.be/Vtpgj9CQvJo


No leito das lágrimas que desatino
Ouço o eco dos versos lamentosos
A finitude do ser, meu eterno destino

São necrópoles as minhas palavras, não esqueça!
Onde a podridão se torna poesia
No desvario das letras
A morte habita a melancolia.

Serpenteio a treva fúnebre do meu Ser
Cantarolo os cânticos nefastos de meu âmago
Bebo da fonte do caos até emudecer

Do horror, versos tristes minha alma rasga
Regurgito o desespero
Enquanto o homem naufraga 
Sem ninguém poder vê-lo.